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SOFRIMENTO, COMO LIDAR COM ELE?

Matéria postada por Conceição Valente
Data da Matéria 43 comentário(s)


A maioria de nós já vivenciou algum tipo de sofrimento na vida, desde nossa mais tenra idade. Tivemos, temos e ainda teremos que lidar com vários tipos de perdas e de desapegos. E é claro que isto pode ser muito doloroso, mais para uns do que para outros, mais ou menos intensos dependendo de sua proporcionalidade à nossa personalidade, e maturidade inclusive a espiritual.

Entre tantos testemunhos de superação ao sofrimento, cito Viktor Frankl, fundador da terceira Escola Vienense de Psicoterapia: Logoterapia - terapia que tem como objetivo ajudar a pessoa a descobrir o sentido de sua vida, que é único para cada um. Trata-se de uma terapia que é aplicada especialmente às pessoas que sofrem com problemas existenciais. As lições doloridas e exigentes que Frankl vivenciou como prisioneiro, durante três anos em vários campos de concentração nazistas, e sua superação antes e após a libertação, são estimulantes para fazer-nos enxergar a vida sob a perspectiva especial da resiliência, e de nos motivar a enfrentar no dia a dia as adversidades e problemas que possam nos acometer.

A superação do sofrimento requer escolhas da pessoa que o vivencia. Pode optar entre várias possibilidades e desenvolver algumas que, sem sentido, são responsáveis por elevar e intensificar o sofrimento e o vazio existencial como a ingratidão, a auto piedade e a revolta, que conduzem ao beco sem saída os indivíduos que imaturamente questionam -“por que comigo?”, “quem me fará feliz?”; “quem me livrará desta dor?”; ou a escapes para vários tipos de vícios alienantes, entre os quais saliento os do uso de entorpecentes; do sexo pelo sexo; das fofocas; do consumismo; do comer demais ou de menos; dependência de pessoas e de coisas; e da escravidão ao trabalho. Tudo isto são “pás” que cavam ainda mais a dor que atinge o sofredor e a outros entes que convivem com ele, como amigos e familiares.

A pessoa que verdadeiramente procura superar o sofrimento é aquela que apesar dele, decide encontrar um sentido para o mesmo.



Frankl (1986) distingue três categorias de valores existenciais: “1. Criativos – dar algo ao mundo, uma tarefa, uma obra, um trabalho; 2. Vivenciais – receber algo do mundo, a experiência do amor, por exemplo; 3. De atitude – posicionar-se diante de sofrimentos inevitáveis.” E este último é o que evidenciamos em nossa reflexão.

Os “Valores de Atitude” se referem ao modo do homem se comportar perante as situações que geram sofrimento e que não podem ser mudadas. “A essência de um “valor de atitude” reside precisamente no modo como um homem se submete ao irremediável (Frankl, 2000, p. 155). O sofrimento convida à descoberta de “valores de atitude”, e encontrando um sentido naquela situação dramática o homem faz a experiência de realizar sua humanidade. Frankl entende que: "o sentido da vida é um sentido incondicional, por incluir até o sentido potencial do sofrimento inevitável". É a oportunidade de transformar o sofrimento em uma conquista” (Frankl, 1989, p. 138).

Segundo ele (1989, p. 83) há sempre a possibilidade da realização de tais valores: -"portanto, quando um homem arrosta um destino perante o qual nada mais pode fazer que aceitá-lo, suportá-lo; tudo está no modo como o suporta, tudo depende de que o carregue sobre si como uma “cruz”.” Frente ao “valor de atitude” o homem, como ser responsável e livre, pode optar sempre por sua realização. É necessário que se compreenda esta resignação e posicionamento quando realmente não for possível modificar a situação do sofrimento. Só neste contexto tem algum sentido, "carregar a sua cruz".

O autor da Logoterapia salienta a importância da pessoa se posicionar de forma positiva, para encontrar um sentido nas dificuldades, discorrendo sobre o que chama de “Tríade Trágica”:- sofrimento, culpa e morte. "Mesmo se a pessoa não puder mudar a situação que causa seu sofrimento, pode escolher sua atitude. Se não for possível mudar a situação, é possível mudar a si mesmo .”(Frankl, 1989, p. 170). Ele afirma que nenhuma pessoa deixa de experimentar estes aspectos da vida e propõe: “que a pessoa adote uma posição de “Otimismo Trágico”, - otimismo ante as dificuldades (tragédias) de modo que possa transformar o sofrimento numa oportunidade para crescimento pessoal, assim como encontrar no sentimento de culpa motivos para mudar a si próprio para melhor e, por fim, fazer da finitude da existência um incentivo para a realização de ações responsáveis”.

A genialidade dos conceitos franklianosl nos indica um posicionamento saudável frente aos reveses com que nos deparamos algumas vezes, em nossas vidas. Compete a nós optarmos pelas possibilidades que nos destroem, como as mencionadas no início de nossa reflexão, ou pelas da reconstrução do nosso destino com eleições sábias e saudáveis, como as indicadas por Frankl.

Conceição Valente, psicóloga, graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Riberião Preto - USP, especialista em Logoterapia.

6 matérias escritas para o amores possíveis

comentários:

Barnard
60 anos

Apreciei muito suas palavras.


Muito legal e legítimo seu texto, Conceição Valente. Parabéns!!! O trabalho como fonte de libertação é a melhor forma de revivermos.

Bob
52 anos

tem coisas que nem gosto de lembrar. ....


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